Arte paraibana brilha em Minas: “Meu Eu” conquista prêmios no Festival FACE
31/07/2025 Por Luan Garcia- Colunista da Culturalizze
O espetáculo solo paraibano “Meu Eu” foi um dos grandes destaques do XXIII Festival FACE de Conselheiro Lafaiete, em Minas Gerais, conquistando quatro prêmios e três indicações na categoria Solo Nacional.
A apresentação aconteceu em 24 de julho e a premiação, no dia 28 de julho, consagrou a produção com os troféus de Melhor Espetáculo, Melhor Cenário, Melhor Sonoplastia e Melhor Direção.
Com uma proposta cênica que mergulha na ancestralidade e na resistência cultural, “Meu Eu” emocionou o público e a crítica. O espetáculo também recebeu indicações para Melhor Maquiagem, Melhor Figurino e Melhor Intérprete, reforçando sua excelência técnica e artística.
Inspirado nas histórias da avó do ator Robson Oliver, o monólogo revisita memórias de infância, brincadeiras no quintal, cheiros de ervas e ensinamentos que moldaram sua vida. Em cena, o artista exalta raízes e sabedoria ancestral, proporcionando uma experiência profunda e transformadora.
O espetáculo é criação do Coletivo Rebu, formado para dar voz às trajetórias de pessoas negras, especialmente do Nordeste, fortalecendo memória, espiritualidade e narrativas ancestrais por meio da arte.
A produção contou com o apoio da Rebu Entretenimento, liderada por Danny Barbosa, mulher trans negra e referência no cenário cultural paraibano.
Teve direção de Sidney Ruffino e sonoplastia de Alexandra Oliveira.
A participação no festival foi viabilizada por meio de financiamento coletivo, com rifas e contribuições diretas, evidenciando o engajamento e a importância da comunidade na sustentação de iniciativas culturais independentes.
O Coletivo Rebu já construiu um repertório marcante, incluindo:
Baraketu – Espetáculo sobre a dimensão filosófica e espiritual de Exu nas tradições de matriz africana.
Cálice – Monólogo de Sidney Ruffino que investiga feridas coloniais e o corpo como território de cura.
Contos em Yorubá para crianças – Projeto de preservação cultural que aproxima novas gerações da língua e mitologia africana.